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Agua
Reciclagem é o conjunto de técnicas cuja finalidade é transformar detritos em matéria-prima para novos produtos. É fundamental ao meio ambiente, pois reduz a quantia de resíduos despejados em aterros e permite o reaproveitamento de material, diminuindo a necessidade de extração de matéria-prima. Para que a reciclagem seja feita, deve-se separar os materiais recicláveis do lixo orgânico e encaminhá-los a uma instituição, entidade ou catador que colete o material.

PAPEL



Primeiramente, deve-se saber quais os papéis que podem ser reciclados.

Os recicláveis são: papelão, jornal, revistas, papel de fax, papel-cartão e outros impressos em geral. Há outros, que não são recicláveis, como fitas e etiquetas adesivas, fotografias e papel carbono.

Para se reciclar o papel, é necessário separá-lo de acordo com o tipo de papel e cortá-lo em forma de aparas. Em seguida, o material é colocado em um macerador, onde é transformado em uma massa uniforme. Logo após, são postos em uma centrífuga, onde os resíduos são eliminados. Depois, o material passa por um processo de destintagem, no qual a tinta do papel será removida através de produtos químicos. A massa resultante é prensada em rolos e outros equipamentos para secar e, enfim, produz o papel reciclado.

PLÁSTICO



Plásticos são materiais formados por grandes cadeias moleculares conhecidas como polímeros, que podem ser naturais ou sintéticos. Os naturais são comuns em plantas ou animais, como: algodão, madeira, chifre de boi e látex, enquanto os sintéticos são obtidos pelo homem através de reações químicas, geralmente obtidos do petróleo, como o plástico. O tamanho e estrutura de suas moléculas determinam as propriedades do material plástico.

Os polímeros podem ser classificados em:

Termoplásticos: são aqueles que não sofrem alterações em sua estrutura química durante o aquecimento e, portanto, podem ser moldados novamente após o resfriamento. Exemplos: Polipropileno (PP), Polietileno de Alta Densidade (PEAD), Polietileno de Baixa densidade (PEBD), Polietileno tereftalato (PET), Poliestireno (PS), Policloreto de Vinila (PVC), etc.
Termofixos: são aqueles que uma vez moldados não podem ser fundidos e remodelados novamente, tornando-os não são recicláveis. Exemplos: baquelite, Poliuretanos (PU) e Poliacetato de Etileno Vinil (EVA).

Reciclagem do Plástico



O lixo brasileiro contém de 5 a 10% de plásticos, conforme o local. Como são materiais que ocupam um grande espaço no meio ambiente, devem ser reciclados para que haja redução no volume de lixo e aumento da vida útil dos aterros, sem mencionar que todo plástico reciclado é reaproveitado na criação de novos produtos. Do total de plásticos produzidos no Brasil, só reciclamos 15%. Um dos empecilhos é a grande variedade de tipos de plásticos. Os recicláveis são: potes diversos, sacolas, embalagens, vasilhas, recipientes, artigos domésticos, tubulações, garrafas de PET, que após reciclados serão usados na fabricação de itens diversos, tais como: cordas, cerdas de vassouras, entre outros. Os não recicláveis são: cabos de panela, botões de rádio, pratos, canetas, bijuterias, espuma, embalagens a vácuo e fraldas descartáveis.

Reciclagem Química



A reciclagem química transforma os plásticos em petroquímicos básicos, que são usados como matéria-prima em refinarias ou centrais petroquímicas. Dessa forma, é possível recuperar componentes químicos para reaproveitá-los como produtos químicos ou para a produção de novos plásticos. Processos de reciclagem mais desenvolvidos permitem a reciclagem de misturas de diferentes tipos de plástico, com aceitação de certo grau de contaminantes, como tintas, papéis, entre outros. Veja abaixo alguns processos de reciclagem química:

Hidrogenação: São quebradas as cadeias através do tratamento com hidrogênio e calor, gerando produtos que podem ser utilizados em refinarias.
Gaseificação: Os plásticos são aquecidos com ar ou oxigênio e geram um tipo de gás, que contém monóxido de carbono e hidrogênio.
Quimólise: quebra parcial ou total dos polímeros em moléculas menores, os monômeros.
Pirólise: quebra das moléculas pela ação do calor na ausência de oxigênio, criando frações de hidrocarbonetos que poderão ser processados em refinarias.

Reciclagem Mecânica



A reciclagem mecânica é realizada através da conversão de descartes plásticos em grânulos, que podem ser reaproveitados na produção de outros produtos, como: sacos de lixo, solados, pisos, embalagens não-alimentícias, entre outros. Este processo passa pelas seguintes etapas:

Separação: Em uma esteira, os diferentes tipos de plásticos são separados, de acordo com a identificação ou com o aspecto visual. Rótulos e tampas de garrafas, assim como produtos compostos por mais de um tipo de plástico, são retirados do produto nesta etapa. Essa etapa geralmente é realizada de forma manual, e a eficiência do processo depende diretamente da prática dos executores dessa tarefa.
Moagem e Lavagem: depois de separados de acordo com seu tipo, o plástico é fragmentado em pequenas partes. Em seguida, passa por uma etapa de lavagem com água, visando a retirada de substâncias contaminantes. A água usada na lavagem deverá receber um tratamento adequado para que possa ser lançada como efluente.
Aglutinação: nessa fase, a secagem é completada e o material é compactado, reduzindo-se o volume que será enviado à extrusora. O atrito dos fragmentos contra a parede do equipamento causa a elevação da temperatura, levando à formação de uma massa plástica. O aglutinador também é usado para incorporação de aditivos, como cargas, pigmentos e lubrificantes.
Extrusão: a extrusora funde massa plástica, tornando-a homogênea. Na saída da extrusora, a massa sai em formato de um filete contínuo, que é resfriado com água, para depois ser fragmentado em um granulador, transformando-se em grãos plásticos.

O plástico também pode ser utilizado para a geração de energia elétrica, em um processo chamado reciclagem energética, no qual ele age como combustível.

A queima de produtos plásticos através dessa forma de reciclagem reduz o uso de outros combustíveis. A reciclagem energética é realizada em diversos países da Europa, EUA e Japão, que contam com equipamentos da mais alta tecnologia para a aplicação do processo, anulando assim os riscos à saúde e ao meio ambiente.

METAL



Os metais são muito usados pela indústria graças à sua grande durabilidade e resistência, mas outro atrativo é o fato de serem totalmente recicláveis, e sem que haja perda de qualidade no processo de reutilização. Entre os usos dos metais estão equipamentos em geral, estruturas e embalagens. O cobre, por exemplo, é amplamente utilizado para ligas, como o latão e o bronze, e como revestimento de objetos metálicos. Já o estanho é usado para revestimento interno de latas de aço no setor de embalagens, principalmente para alimentos, para evitar a corrosão. O cromo, o zinco e o níquel são aplicados para revestir objetos de metal.

Primeiramente, separam-se magneticamente os metais ferrosos dos não ferrosos. No geral, metais ferrosos são direcionados para usinas de fundição, onde são colocados em fornos elétricos ou a oxigênio aquecidos a 1.550 graus centígrados. Quando chegam ao estado líquido, são moldados em tarugos e placas metálicas, que serão cortados como chapas. O reprocessamento e transformação de sucata em lâminas de aço levam apenas um dia e pode ser aproveitado em vários setores industriais.

Entre os benefícios da reciclagem do metal, podemos citar o fato de que cada tonelada reciclada, além de não ocupar espaço em aterros sanitários, pode ser totalmente reaproveitada na indústria e torna desnecessária a exploração de recursos naturais.

Como exemplo, podemos citar o aço, pois cada tonelada reciclada desse metal gera uma economia de 1.140 kg de minério de ferro, 154 kg de carvão e 18 kg de cal. Pode-se citar também o alumínio, cuja economia de energia gerada pela reciclagem é de 95% em relação ao processo primário, economizando-se também a extração de 5 toneladas de bauxita (matéria prima para se fabricar o alumínio) por tonelada reciclada e evitando os resíduos da mineração (lama vermelha).

VIDRO



O vidro é uma mistura de areia, barrilha, calcário, feldspato e aditivos que, quando derretidos a aproximadamente de 1.550°C, se transformam em uma massa semi-líquida que permite a criação de embalagens ou vidros planos.

Para reciclar, os cacos devem ser primeiramente separados por cor (transparente, marrom ou verde). Então, tornam-se parte da matéria-prima, substituindo o feldspato. Desse modo, a temperatura necessária para fundir o vidro é menor, o que gera economia de energia. Sendo assim, a fabricação do vidro a partir dos cacos também economiza energia gasta na extração e transporte dos minérios que seriam utilizados.

Podem ser recicladas: garrafas de bebida alcoólica e não alcoólica, frascos em geral, potes de produtos alimentícios e cacos de embalagens.
Não podem ser reciclados: espelhos, vidros de janela, box de banheiro, lâmpadas, cristal, ampolas de remédios, formas, travessas, utensílios de mesa de vidro temperado, vidros de automóveis, tubos de televisão e válvulas.

O Brasil só recicla 14,2% do vidro que consome, enquanto o restante torna-se lixo nos aterros sanitários.

COMPOSTAGEM



A compostagem é o processo de transformação de resíduos orgânicos (cascas de frutas, restos de comida, podas de jardim), em materiais orgânicos utilizáveis na agricultura como adubo. O composto final somente poderá ser utilizado se não oferecer risco de contaminação.

Existem 2 tipos de compostagem:

Anaeróbia: decomposição realizada por microorganismos que vivem em ambientes sem a presença de oxigênio. Ocorre em baixas temperaturas, com exalação de fortes odores e demora mais tempo até que a matéria orgânica se estabilize.
Aeróbia: realizada por microorganismos que vivem na presença de oxigênio. A temperatura chega até 70ºC, os odores não são fortes e a decomposição é mais rápida.

INCINERAÇÃO



Consiste na queima do lixo hospitalar a altas temperaturas, reduzindo o em cinzas e depois são depositadas nos aterros sanitários. É um método de alto custo, pois utiliza equipamentos especiais para o seu manejo. O processo de incineração libera gases tóxicos que necessitam ser filtrados para não poluir o meio ambiente.